Projeto corrige desestabilização em terreno de obra em Barueri (SP) 
Geossintéticos são polímeros usados na construção 
civil para adequar o solo antes da instalação de obras, sobretudo 
empreendimentos de grande porte, como aeroportos, estradas, estádios, 
estações de trem, portos, etc. Segundo a IGS Brasil, o país será um dos 
principais utilizadores desses meios por conta das obras de 
infraestrutura já iniciadas e previstas, como a expansão do metrô em 
diversas cidades. A associação alerta ainda para a necessidade de 
investimento em pesquisa para o setor, não apenas para encontrar novas 
aplicações para os materiais, mas para certificar e padronizar o emprego
 desses mecanismos.
O trabalho de França, que conquistou o segundo lugar 
do 1º Concurso IGS Brasil de Casos de Obras, apresentou uma solução para
 reconstituir uma talude (plano inclinado que garante a estabilidade do 
terreno), que havia se rompido na divisa entre uma obra em Barueri e o 
terreno da escola municipal “Prefeito Nestor de Camargo”. O projeto, 
intitulado Emprego de geossintéticos para recomposição de talude com 
recuperação da geometria original e uso de solo local, foi realizado em 
parceria com o engenheiro Vinícius Rocha Gomes Pereira, da empresa 
Geosoluções, responsável pelo empreendimento.  
Do luxo ao lixo
Um dos tipos de geossintéticos mais empregados é o de 
reforço, que promove um melhoramento das propriedades mecânicas do solo.
 Entre as matérias-primas com esses predicados estão tecidos e grelhas. 
Esse tipo de intervenção é fundamental para estruturas que receberão 
peso, como shoppings e edifícios em geral. 
Outra técnica muito utilizada é a impermeabilização, 
que como o próprio nome já diz, impede infiltrações no solo, ideal para 
lagoas de estabilização e até mesmo em biodigestores. Um dos materiais 
mais usados com esse fim são as geomembranas de polietileno em 
diferentes texturas. 
Já em estádios de futebol, precisam ser empregados 
geossintéticos de filtração e drenagem logo abaixo da grama, que 
permitem a passagem de fluidos contendo partículas do solo, conduzindo 
esse fluido apropriadamente. Há ainda geossintéticos de controle de 
erosão superficial, de separação, que evitam a mistura de elementos 
terrosos, e ainda de proteção, que pode se dedicar a proteger o solo ou 
outros materiais empregados no solo.
“Algumas obras apresentam vários deles ao mesmo 
tempo, como os aterros sanitários, onde temos materiais para 
impermeabilização, separação, filtração, drenagem, proteção e até 
reforço, em alguns casos”, explica o pesquisador, que está desenvolvendo
 em Ilha Solteira um projeto nessa área com sete alunos de graduação.
França, que deve participar em setembro do 5th 
European Geosynthetics Congress, na cidade de Valencia, na Espanha, 
classifica como promissor esse campo de estudo. “Os geossintéticos já 
revolucionaram a geotecnia e ainda prometem muito mais. Depende de nós, 
pesquisadores, investigar e expandir esse potencial”, afirma. 
Fonte: Unesp 
 
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